A cirurgia ortognática corrige o malposicionamento e anomalias do crescimento dos maxilares, melhorando a estética facial, a oclusão (engrenamento dos dentes), a articulação mandibular, além de distúrbios respiratórios como ronco e a apneia do sono.
A palavra Ortodontia significa dentes em posição e alinhamento corretos. Ortognática significa maxilares em sua posição correta na face. Portanto, a cirurgia ortognática significa, de fato, mover os maxilares e os dentes sincronicamente, colocando-os na posição correta.
Tal fato explica a importância do trabalho conjunto feito entre o Cirurgião e o Ortodontista, tanto para o preparo pré-operatório, como nos ajustes finais após a cirurgia.
A Cirurgia ortognática corrige deformidades dentofaciais, ou seja, deformidades congênitas ou adquiridas que acometem os maxilares e resultam em alterações esqueléticas e dentárias que repercutem na face.
O paciente candidato à cirurgia ortognática apresenta uma desarmonia na face, associada na maioria das vezes, a uma “mordida errada”. Em alguns casos, porém, tal desarmonia pode estar presente mesmo em um paciente com engrenamento dentário ótimo.
Existem diversos tipos de deformidades dentofaciais, podendo acometer maxila, mandíbula ou ambos. Estas deformidades são didaticamente divididas em anteroposteriores, verticais, transversais e assimétricas, embora comumente sejam associadas umas às outras.
1. Corrigir eventuais falhas de oclusão (corrigir “a mordida”).
2. Promover mudanças estéticas favoráveis à face e ao sorriso.
3. Promover harmonia dos traços faciais.
4. Corrigir problemas funcionais, como de mastigação, fala, deglutição e respiração.
5. Melhorar a permeabilidade das vias aéreas superiores, especialmente em pacientes com apneia obstrutiva do sono e problemas de ronco.
As principais indicações são:
1. Retrognatismo – mandíbula pequena;
2. Prognatismo – mandíbula grande e/ou maxila pequena;
3. Assimetrias – maxilares tortos;
4. Disfunção da ATM;
5. Atresia de maxila – mordida cruzada posterior; maxila estreita;
6. Ronco e Apnéia Obstrutiva do Sono.
A Primeira etapa do tratamento é dedicada ao diagnóstico das deformidades presentes e, para isto, é necessária uma avaliação clínica detalhada e solicitação da documentação adequada.
Com a documentação em mãos, o cirurgião bucomaxilofacial e o ortodontista são capazes de determinar o diagnóstico e definir o plano de tratamento. É importante a comunicação entre os profissionais para que detalhes importantes não sejam negligenciados.
O próximo passo é o início do preparo ortodôntico para a cirurgia. É instalado o aparelho ortodôntico com o objetivo de alinhar os dentes e colocá-los na posição adequada para cirurgia, pois estes pacientes geralmente desenvolvem inclinações dentárias compensatórias como resposta ao diferente padrão de crescimento dos maxilares, e isto precisa ser corrigido antes da cirurgia ortognática.
Esta etapa é realizada pelo ortodontista e normalmente é concluída em 12 a 18 meses.
Após finalizado o preparo ortodôntico, inicia-se o planejamento para cirurgia ortognática, visando o reposicionamento dos maxilares para correção da oclusão dentária, bem como melhorias funcionais e estéticas da face.
Hoje em dia, o cirurgião bucomaxilofacial dispõe de ferramentas cada vez mais modernas para planejar seus casos de cirurgia ortognática e alcançar excelentes resultados.
O Dr. Marcelo Galindo utiliza métodos dos mais avançados no mundo para planejamento de suas cirurgias ortognáticas, utilizando tecnologia computadorizada e métodos de ponta, para prever e garantir resultados mais satisfatórios no reposicionamento dos ossos estruturais da face. Nenhuma decisão em relação ao que será realizado é tomada durante a cirurgia. Todo este planejamento é realizado previamente. Tal planejamento usa a sobreposição das imagens da face do paciente auxiliado pela tomografia computadorizada, em um programa de computador específico para permitir a confecção de guias cirúrgicos que auxiliam em um posicionamento tridimensional dos maxilares muito mais preciso.
A cirurgia ortognática, se tratando de um procedimento eletivo, não apresenta alto índice de complicações, como comprovado pela revisão de literatura, onde estima-se uma incidência de complicações graves em torno de 1:100.000 e 1:150.000 casos.
Para minimizar ainda mais estes riscos, é imprescindível contar com uma boa equipe anestésica, um bom hospital para dar ao cirurgião mais recursos, e uma avaliação dos exames pré-operatórios minuciosa. Desta maneira, pacientes jovens e sem comorbidades associadas apresentam baixíssimo risco de complicações. Em caso de doenças sistêmicas associadas, ou idade mais avançada, exames pré-operatórios garantirão se há segurança, com riscos mínimos para o sucesso da cirurgia.
Após a cirurgia, o tempo de repouso é de aproximadamente 2 semanas. Normalmente, em 15 dias o paciente já está apto a exercer suas tarefas diárias, todavia, com algumas limitações que variam de acordo com cada caso.
É relativamente comum ocorrer um volumoso edema facial nos primeiros dias após a cirurgia. A maior parte resolve-se em aproximadamente 2 semanas e o resquício desaparece gradualmente nas semanas seguintes.
Dor não é uma manifestação típica após o procedimento cirúrgico. Ainda assim, o paciente é medicado preventivamente com anti-inflamatórios e analgésicos para que qualquer desconforto ou evento doloroso seja evitado.
Uma preocupação frequente é em relação a cicatrizes externas. Salvo raríssimas exceções, o acesso cirúrgico é feito intrabucal, não cortando a pele, e portanto, não deixando cicatrizes na mesma.
Na próxima fase do tratamento, o Cirurgião recomenda o retorno ao ortodontista o mais breve possível para realizar a “finalização ortodôntica”, o refinamento da oclusão dentária, que é importantíssimo para a estabilidade do tratamento ao longo dos anos e normalmente é concluída em poucos meses.
A técnica popularizada no Brasil como benefício antecipado é mundialmente conhecida como “surgery first”. Traduzindo para o português, significa cirurgia primeiro! Nesta abordagem, o tratamento ortodôntico pré-cirúrgico é extremamente reduzido e a cirurgia é realizada já no início do tratamento. Com isto o paciente tem o benefício de corrigir a maioria das suas alterações funcionais e estéticas logo no início do tratamento, restando apenas a correção dentária para ser realizada após a cirurgia. Este método de tratamento não está indicado para todos os casos, mas, em casos bem selecionados, pode ser extremamente vantajoso. Uma das principais vantagens desta técnica é a redução do tempo total de tratamento, que geralmente é muito menor.
Esta pergunta depende basicamente de dois fatores: em primeiro lugar, o grau de mudança na estrutura facial varia diretamente em relação ao grau do defeito a ser corrigido; em segundo, da expectativa do paciente. Muitos pacientes desejam grandes alterações faciais, enquanto outros somente desejam corrigir problemas de oclusão, sem que tenha muitas alterações de suas feições. Este desejo será levado em consideração durante o ejamento cirúrgico, para que a expectativa possa ser atingida dentro do possível.